De acordo com um novo estudo realizado por cientistas do Hadley Centre do Met Office do Reino Unido – um centro de referência para o estudo de questões científicas relacionadas às mudanças climáticas –, os dias com acumulação extrema de chuvas tornar-se-ão mais frequentes ao longo deste século.
A pesquisa utilizou como exemplo a precipitação recorde observada no Reino Unido em 3 de outubro de 2020 e descobriu que, enquanto em um ambiente natural, sem influência das mudanças climáticas induzidas pelo homem, um evento semelhante ou mais extremo ocorreria uma vez a cada 300 anos, no clima atual ele ocorre uma vez a cada 100 anos.
Segundo o estudo, em 2100, sob um cenário de emissões médias (SSP2 4.5), esse nível de precipitação diária extrema poderá ser observado a cada 30 anos, tornando-o 10 vezes mais provável do que em um ambiente natural.
O dia 3 de outubro registrou uma precipitação média de 31,7 mm em todo o Reino Unido, tornando-se o dia mais chuvoso desde o início dos registros, em 1891.
O autor principal do artigo, Dr. Nikos Christidis, cientista climático sênior do Met Office Hadley Centre, afirmou: “Nosso estudo mostra que, em um cenário de emissões moderadas, esses tipos de eventos extremos de chuva podem se tornar muito mais frequentes, reforçando a necessidade de planejar as consequências do aquecimento global. Também estamos começando a ver como eventos extremos de chuva mais frequentes já estão impactando o Reino Unido, demonstrando que as mudanças climáticas causadas pela ação humana já estão afetando o clima que vivenciamos no Reino Unido.”
Além do aumento na frequência de eventos de chuva extrema, a pesquisa também constatou que as mudanças climáticas causadas pelo homem resultaram e continuarão a resultar em maior variação na precipitação em todo o Reino Unido. Isso significa que, em vez de muitos eventos de chuva moderada, é provável que ocorram períodos muito chuvosos ou muito secos.