Cientistas criam sistema para prever o aquecimento global em lagos do mundo.

Um novo estudo permitirá aos cientistas prever melhor o aquecimento dos lagos de água doce do mundo devido às mudanças climáticas.

A pesquisa inovadora liderada pelo Centro de Ecologia e Hidrologia do Reino Unido (UKCEH) criou um sistema para classificar lagos de acordo com sua 'região térmica'.

As regiões térmicas foram identificadas através da medição dos padrões sazonais da temperatura da água superficial. Os lagos na região térmica mais fria encontram-se em locais como o Alasca, o Canadá, o norte da Rússia e a China. Os lagos na região térmica mais quente estão localizados na América do Sul equatorial, na África, na Índia e no Sudeste Asiático.

Segundo o estudo, no cenário mais extremo de mudanças climáticas, em 2100 a temperatura média dos lagos estará cerca de 4°C mais alta e 66% dos lagos em todo o mundo serão classificados em uma região térmica mais quente do que a atual.

O esquema de classificação de temperatura foi produzido através da análise de imagens de satélite de mais de 700 lagos, captadas ao longo de um período de 16 anos.

Ao combinar as imagens com um modelo de lago e cenários de mudanças climáticas, a equipe conseguiu identificar que lagos do norte, como os do Reino Unido, serão particularmente sensíveis às mudanças climáticas. Espécies de peixes nativas desses lagos, como o salmão e a truta, estão especialmente em risco.

“Espécies de peixes de água fria, em particular, podem sofrer estresse com o aumento das temperaturas”, disse o professor Stephen Maberly, do UKCEH, autor principal do estudo. “O potencial impacto negativo em salmonídeos, como salmão, truta e truta-alpina, por exemplo, é preocupante, pois desempenham um papel ecológico central nas cadeias alimentares e também têm grande importância econômica.”