Quebra-gelo australiano para pesquisa na Antártica inicia testes no mar

Como elemento fundamental do plano de 20 anos do governo australiano para pesquisas na Antártica, um novo quebra-gelo, o RSV Nuyina, está atualmente passando por testes no Mar do Norte. O nome da embarcação é uma palavra aborígine da Tasmânia que significa "Aurora Austral" e, segundo o Programa Antártico Australiano, seu projeto foi concebido desde o início para auxiliar cientistas em pesquisas tanto oceânicas quanto atmosféricas.

Como explicou Phil Boxall, gerente de tecnologia e inovação do projeto, a embarcação será equipada para maximizar o fluxo de dados de projetos de pesquisa. Por exemplo, os USVs (Veículos de Superfície Não Tripulados) lançados a partir dela serão conectados por meio de cabos de fibra óptica: “Temos quatro cabos de fibra óptica em guinchos que fornecerão energia e dados de última geração para as instalações nesses cabos. Isso por si só já representa uma mudança radical na quantidade de dados e informações que podemos obter”, comentou Boxall.

Além disso, a embarcação será equipada com sistemas completos de monitoramento remoto de dados. "Desenvolvemos o aplicativo 'Dados em Tempo Real', que realmente aumenta nossa eficiência e segurança, permitindo que expedicionários e cientistas não precisem estar presentes para acompanhar uma implantação ou recuperação, nem se expor às intempéries; eles podem ficar em suas cabines e verificar as atualizações em seus iPhones ou iPads", acrescentou Boxall.

A fase de testes em mar aberto terá duração de um mês e será seguida por mais algumas semanas de testes em águas profundas. Os testes de velocidade, ruído, sistemas de propulsão, direção, sistemas elétricos avançados e equipamentos científicos da embarcação serão realizados enquanto ela se prepara para os testes finais em gelo marinho no Ártico, no início do próximo ano.

Com capacidade para transportar 117 expedicionários, 1.200 toneladas de carga e 1,9 milhão de litros de combustível, o quebra-gelo será a principal ligação com as estações de pesquisa australianas na Antártica e subantártica nas próximas décadas. Após a conclusão bem-sucedida dos testes, espera-se que chegue ao seu porto de origem, Hobart, em meados de 2021, para iniciar as operações na Antártica no verão do próximo ano.